Uma criança de três anos de idade já é capaz de estabelecer diálogos com uma desenvoltura de impressionar. Muitas vezes, nós, pais, nos pegamos pensando: “como foi que isso aconteceu tão rápido? Como o tempo passou e eu não vi?” ou “Outro dia mesmo dava para contar nos dedos as palavras que ela falava”.
E é nessa fluência que nós, orientadores desses pequenos, começamos a envolvê-los em um diálogo repleto de figuras de linguagem que algumas podem nem passar perto de serem entendidas pelos filhos nesta idade. Expressões então, nem se fala – literalmente. E se falar, será compreendida também de forma literal. Veja aqui um vídeo que gravei com Malu, aos 3 anos, sobre como ela interpreta algumas expressões do universo adulto.
A Malu, por exemplo, sabe bem o que significa tempestade e sabe o que é um copo d`água, mas ela não consegue estabelecer um raciocínio lógico e unir essas duas palavras para imprimir um significado que faça sentido a expressão. É normal.
Mas ao mesmo tempo, quando eu digo que ela é “cara de pau” ela me responde me chamando de “nariz de pinóquio”, afinal, quem é a única “pessoa” que ela conhece que realmente tem uma cara de pau?!
Acho que com estes exemplos, ficou fácil perceber que crianças de 3 anos raciocinam por referência e não por uma lógica formal aristotélica. Isso implica também no poder de imaginação que os meninos e meninas dessa idade exercem e o quão importante é alimentar algumas ideias e estimular o processo criativo. Mas acho que isso é assunto para um próximo “post”.